
A convivência com crianças envolve desafios diários, e é natural que, em alguns momentos, os adultos se sintam cansados ou irritados. Porém, certos comportamentos podem, sem que os pais percebam, desgastar profundamente a relação com os filhos e dificultar o desenvolvimento emocional deles. Reconhecer esses padrões é o primeiro passo para construir vínculos mais saudáveis.
1.Gritar e bater
Gritar ou bater nunca contribui para o ensino de habilidades emocionais ou comportamentais. Na prática, essas atitudes mostram à criança que perder o controle é aceitável — ou até esperado — em momentos de frustração. Embora pareça que o comportamento inadequado “cessa” na hora, esse efeito é apenas momentâneo. Com o tempo, a criança pode se tornar ainda mais desafiadora, agressiva ou insegura.
É importante lembrar: mais do que bater, o hábito de gritar é muito comum na criação dos filhos, mas também é muito prejudicial. Intimidação não educa; apenas afasta.
2.Criticar
Quando a crítica deixa de ser sobre um comportamento específico e passa a atingir quem a criança é, o impacto emocional pode ser profundo. Comentários negativos sobre pensamentos, ideias, sentimentos ou características pessoais são vividos como humilhação.
Humilhação pode vir em forma de xingamentos, comparações, ridicularização, julgamentos ou culpas exageradas. Esse tipo de comunicação fere a autoestima, rompe a confiança e faz a criança sentir-se rejeitada, inadequada ou pouco amada.
Os pais podem — e devem — oferecer orientações e feedbacks sobre atitudes, mas sem invalidar a identidade ou o valor da criança.
3.Reclamar repetidamente
Repetir a mesma instrução muitas vezes não torna a mensagem mais clara. Pelo contrário, pode fazer com que a criança deixe de ouvir ou se torne defensiva e ressentida. Dizer algo uma ou duas vezes costuma ser suficiente; insistir além disso transforma a conversa em desgaste para ambas as partes.
4.Interromper
Interromper a fala da criança é um hábito muito comum, mas bastante prejudicial. Assim como qualquer adulto, a criança precisa sentir que seu espaço de expressão é respeitado. Quando não consegue concluir o que está dizendo, ela pode acreditar que sua opinião não tem importância — e isso pode levar ao silêncio, ao afastamento e à dificuldade de se abrir com os pais no futuro.
A escuta atenta é uma demonstração de respeito fundamental no vínculo familiar.
5.Remoer conflitos passados
Uma vez que um problema já foi discutido e resolvido, é essencial permitir que a criança recomece. Trazer erros antigos de volta à conversa impede que ela aprenda com leveza e cria um ciclo de cobrança constante.
Pais que retomam conflitos do passado acabam ensinando, sem querer, que guardar mágoas é normal. Mas a criança precisa compreender que, quando um assunto é resolvido, ele passa a pertencer ao passado — e que todo dia é uma oportunidade de fazer diferente.
A forma como os adultos lidam com esses comportamentos no dia a dia influencia diretamente o desenvolvimento emocional das crianças e a qualidade do vínculo familiar. Ser pai, mãe ou responsável é uma tarefa complexa e exige atenção constante às próprias atitudes, pois elas se tornam modelos para os pequenos.
O acompanhamento psicológico infantil pode ser um grande aliado nesse processo. Ele ajuda a criança a se expressar melhor, compreender suas emoções e desenvolver habilidades mais saudáveis de convivência. Ao mesmo tempo, oferece suporte à família, fortalecendo a relação entre pais e filhos e promovendo um ambiente mais seguro, acolhedor e harmonioso.
Psicóloga Jéssica Oliveira De Souza
CRP: 06/220919.
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